Paraná lidera produção de tilápia: reduzir custo e incentivar consumo são desafios, diz Valter Pitol

Referência nacional na produção de tilápia pelo alto investimento em tecnologia e pioneirismo na atividade, a Copacol estima um cenário favorável à aquicultura. Mesmo com a pandemia do Coronavírus (Covid-19), as atividades estão normalizadas, com abate diário de 140 mil tilápias no frigorifico em Nova Aurora, oeste do Paraná, com rígido controle as normas de segurança para evitar contaminações entre cooperados e colaboradores.

O crescimento nacional da piscicultura foi de 4,9%, com 758.006 toneladas produzidas, conforme o recém-divulgado Anuário da Associação Brasileira da Piscicultura – a tilápia está no topo entre as espécies. Em 2019, o Paraná teve a maior participação entre os estados, com produção de 146.212 toneladas de tilápias, em segundo vem São Paulo com 64,9 mil toneladas e em terceiro Santa Catarina com 38.559 toneladas.

O mercado interno absorve toda a produção de tilápia da Copacol, apenas escamas e pele são exportadas à China. Além do sabor aprovado pelos brasileiros, a tilápia ganha a preferência por ser considerável uma das proteínas animais mais saudáveis. Diante da aceitação do produto, a expectativa é de crescimento de consumo, no entanto, há desafios a serem superados. “Temos potencial para ir além. Esperamos um consumo maior da tilápia. Hoje estamos no limite da produção. O que precisamos agora é adequar os custos de produção ao mercado, para que o produto chegue com mais frequência a mesa dos consumidores”, diz o presidente da Copacol, Valter Pitol, durante live transmitida pelo IFC (International Fish Congress), traduzido ao Português, Congresso Internacional de Peixe, que neste ano será realizado em setembro.

A piscicultura foi oficialmente implantada na integração da cooperativa há 12 anos, quando o abate passou a ser realizado no frigorífico construído pela Copacol. Atualmente, por meio das seis filiais espalhadas pelo Brasil, a marca chega até os consumidores da mais diferentes regiões. A aquicultura teve adesão pela necessidade dos produtores rurais em diversificarem a renda, diante uma forte crise econômica que atingiu o país em 2007. “Já existia um mercado informal entre muitos associados. Decidimos então investir na atividade, por meio da integração. Usamos o mesmo processo envolvendo o frango e adaptamos ao peixe. Muitos de nossos associados são médio e pequenos produtores, com menos de oito hectares. O que fizemos foi incentivar o uso de pequenas áreas abandonadas, sem receita”, explica Pitol.

Hoje são 230 piscicultores integrados, com uma área total de 600 hectares de lâmina de água. A cooperativa oferece toda tecnologia – inclusive genética -, assistência técnica e 

operacionalização de transporte de ração, dos alevinos até os açudes e despesca dos animais para o abate. “Proporcionamos uma renda a mais ao produtor, que investe na escavação do tanque e no manejo até a engorda. Fazemos a industrialização e a comercialização do produto”, explica o presidente da Copacol.

GRANDE POTENCIAL: – Em relação a peixes de cultivo, o Paraná teve aumento de 18,7% em produção na comparação 2018/2019 – resultado que muito se deve ao cooperativismo, responsável por 60% da produção agropecuária estadual. “A população mundial vai exigir nos próximos 30 anos 40% a mais de alimentos. Onde vamos ter ganho de produção? Na Europa, Estados Unidos ou Argentina? Nesses países a capacidade de produção está esgotada. No Brasil usamos apenas 7% da área com grãos, se juntarmos a pecuária não dá um terço. Devemos estar preparados, investir no que somos competitivos para aumentar nossa produção, sempre com a responsabilidade já atendida pelo produtor”, afirma o engenheiro agrônomo José Roberto Ricken, presidente do Sistema Ocepar (Organização das Cooperativas do Estado do Paraná).

Para expandir a atuação, a orientação ao produtor é unir qualidade e rentabilidade – condição oferecida pela cooperativa, que organiza a cadeia economicamente e garante retorno de investimento na propriedade. “O resultado da cooperativa fica na propriedade, na região, oportunizando novas opções de renda”, afirma o presidente da Ocepar.

EXEMPLO: – O médico veterinário e ex-ministro da Pesca, Altemir Gregolin, acompanhou a implantação da atividade na Copacol desde o início e destaca a importância do trabalho pioneiro para o Brasil. “A aquicultura vive um momento de crescimento, com muitos dilemas, como o crescimento diante da globalização e competitividade. O cooperativismo é uma grande alternativa. Os polos brasileiros precisam se organizar. O Paraná e a Copacol são um norte, nossa referência”, afirma Gregolin.

 

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