Sistema Fiep divulga resultados da 5ª Edição da Bússola da Inovação

Com o objetivo de fortalecer o ambiente de negócios por meio da disseminação de práticas inovadoras, o Observatório Sistema Federação das Indústrias do Paraná divulgou nesta sexta-feira (3/3), o resultado da quinta edição da Bússola da Inovação. O estudo avaliou o nível de inovação das indústrias do estado e serve como suporte para evoluírem neste quesito que é fundamental para melhorar o ambiente de negócios, a produtividade e aumentar a competitividade das empresas. O evento está disponível no Canal da Indústria do Sistema Fiep no Youtube.

O projeto é atualizado a cada dois anos e, desde 2012, quando foi lançado, já beneficiou três mil empresas do Paraná. Mais de 20 mil participaram do estudo e 30 mil pessoas estiveram envolvidas nos processos de avaliação. A Bússola da Inovação visa efetivamente fortalecer o ambiente de negócios por meio da disseminação de práticas inovadoras. Para isso, gestores respondem a um questionário que define o perfil inovador da organização. Com este raio x em mãos, é possível avaliar o nível de esforços investidos pela empresa e como alcançar melhores resultados.

Cerca de 30% das empresas buscaram recursos externos para manter seus projetos de inovação (Fotos: Gelson Bampi)

Para o presidente do Sistema Fiep, Carlos Valter Martins Pedro, este é um trabalho fundamental oferecido às indústrias do Paraná. “Os dados coletados dão suporte ao planejamento das empresas para que possam atuar de forma mais estratégica”, avalia. “Essas informações também auxiliam os empresários na busca por crédito junto a instituições financeiras mais direcionadas às suas necessidades e garantem melhorias na gestão das empresas. Todos ganham com a inovação”, destaca o presidente.

A gerente executiva do Observatório, Marília de Souza, explica que o diagnóstico da bússola é fundamental não só para empresas. “Com este resultado em mãos, nós construímos novas formas de interação para sermos mais assertivos no apoio às indústrias que desejam evoluir nesta missão de inovar”, resume.

Para quem participa, o Sistema Fiep oferece vantagens. Após realizar a autoavaliação online, os dados das empresas são convertidos em um diagnóstico completo, capaz de retratar a situação da empresa. O resultado fica salvo e, nas próximas edições, é possível comparar o grau de evolução. De quebra, elas recebem uma orientação com uma série de medidas a serem implementadas para que possam melhorar a performance.

Outro benefício é que o material coletado traz cases de sucesso entre empresas que investiram em inovação e obtiveram ganhos reais para serem compartilhados. E, por fim, a bússola também traz informações comparativas entre setores industriais, porte de empresas e região. Dessa forma, é possível avaliar quais segmentos estão evoluindo mais e quais as localidades que estão obtendo melhores resultados. As empresas participantes também são inseridas no ecossistema de inovação industrial do Paraná.

Resultados preliminares

Este ano, as empresas que mais aderiram ao estudo foram dos segmentos de tecnologia da informação, alimentos e bebidas, madeira e móveis, bens de capital, metalmecânico e confecções. A grande maioria com sede em cidades da região metropolitana de Curitiba ou próximas a Londrina e Maringá. São avaliados na pesquisa critérios como resultados da inovação, captação de recursos, investimentos, interação externa, ambiente interno, métodos de proteção, gestão da inovação, informação e conhecimento sobre inovação.

A quinta edição traz importantes indicadores com relação à relevância da inovação diante do cenário pandêmico enfrentado pelas indústrias. Entre os principais destaques estão os resultados de inovação, interação externa e ambiente interno. Na interação externa houve um acréscimo de 7% na interação com fornecedores, empresas de consultoria e concorrentes. Já com os clientes e consumidores, houve um aumento percentual de 14%, na comparação com a edição anterior. Também houve um aumento de 4% entre empresas que criaram produtos novos e melhoraram significativamente o processo produtivo. Houve também um aumento de 14% entre as que desenvolveram um novo processo de distribuição.

O ambiente interno refletiu positivamente no cenário de inovação das indústrias participantes. O intraempreendedorismo aumentou 26% na comparação com o estudo anterior. O conhecimento e o aprendizado registraram alta de 19%, enquanto o quesito liderança teve elevação de 16%.

O momento pandêmico influenciou principalmente na questão financeira. Cerca de 30% das empresas disseram que buscaram recursos externos para manter seus projetos de inovação. Em 2019, 33% haviam adotado a mesma estratégia. Os principais entraves, que ajudam a entender a redução desse percentual, foram dificuldade para elaborar projetos, ausência de editais que se enquadrassem à atividade da empresa ou falta de conhecimento. Mesmo assim, o resultado geral da dimensão de investimentos foi melhor do que na edição anterior, quando 48% das empresas afirmaram terem investido ao menos 5% de seu faturamento em projetos de inovação. Agora, o resultado chegou a 51%. “Os investimentos em inovação geram resultado. Vimos pela pesquisa que as empresas têm obtido retorno acima do capital investido”, afirma o pesquisador do Observatório, Augusto Machado.

As atividades que mais contribuíram para que a inovação ocorresse na prática dentro das organizações foram a busca de conhecimento externo, compra de máquina de equipamentos e bens de capital e treinamentos. Os três quesitos cresceram em relação ao estudo de 2019. Da mesma forma evoluíram práticas de apoio à gestão da inovação como análise de mercado, gerenciamento de projetos e networking.

Os desafios sinalizados pelos participantes da bússola para os próximos meses são relativos ao desenvolvimento de competências técnicas e relacionais, evolução na adoção de práticas e instrumentos digitais, qualificação contínua de mão de obra, monitoramento e mensuração de resultados e fortalecimento da cultura empreendedora.

Para acessar a Bússola da Inovação completa acesse aqui.