Os restos mortais de Alícia: a longa espera por alguém que não vai voltar mais
Era 12 de fevereiro de 2022, quando Alícia Marques saiu de casa e desde então não foi mais vista. A jovem, de apenas 18 anos, não informou para onde estava indo, mas como sempre voltava no dia seguinte, a mãe não se preocupou.
Menina dócil, do cabelo avermelhado e muito bonita, Alícia era do tipo que fazia amigos fáceis, conquistando até mesmo os mais resistentes por ser ela uma transexual.
Foram 12 meses de sumiço, período em que a dor na família só aumentava. Novenas foram feitas e uma verdadeira ‘caçada’ foi estabelecida pela polícia com a ajuda da família.
Nesse período, a mãe de Alícia, Fabrícia da Silva, não baixou a guarda, mantendo a fé e acreditando, que assim com na parábola do ‘Filho Pródigo’ da Bíblia Sagrada, um dia, a filha voltaria para casa e seria recebida com beijos e abraços.
Mas nesta sexta-feira, dia 1º de setembro, veio a triste notícia: Alícia não vai voltar e aquele abraço, tão esperado pela mãe Fabrícia, não vai acontecer.
A mãe chora, amigos mais próximos lamentam e dizem não acreditar na triste notícia que chega da Polícia Civil de Aparecida de Goiânia, Região Metropolitana da capital: Alícia foi morta.
Lágrimas, dor e comoção dominam o ambiente, mas ‘Dona Fabrícia’, mulher simples, mas de fé, segue firme, tendo a certeza de que a menina dócil, de sorriso cativante, partiu para uma vida melhor. “Lá, ela não enfrentará mais preconceitos e será amada pelo Pai”, resumiu.
Alícia se foi, mas fica na lembrança da mãe e de amigos mais próximos, ela saindo de casa com uma calça jeans azul claro, bota preta de salto, blusa de gola alaranjada e seus cabelos vermelhos. Fica a tristeza, mas também o alívio e a oportunidade para se despedir, finalmente dos seus entes queridos, um ano após sua morte.