Semana de prevenção às drogas sem programação em Goioerê

A Semana de Prevenção às Drogas, que tem como objetivo promover a conscientização sobre o uso de substâncias que causam dependência, praticamente passou em branco em Goioerê, uma vez que oficialmente nenhuma atividade foi realizada.

A única atividade registra, ocorreu no Colégio Estadual Duque de Caxias, que promoveu uma série de palestras, envolvendo alunos, pais e professores, bem como apresentação de peça de teatro sobre o tema. Não podemos deixar passar em branco essa data, uma vez que é preciso estar sempre alertando nossos alunos e comunidade em geral, sobre o perigo das drogas, disse a diretora Margarete Barbosa.

A não realização de programação oficial, é resultado, segundo autoridades ouvidas pela reportagem, da falta de um conselho municipal antidrogas atuante. O conselho foi desativado em administrações passadas, chegou a ser retomado no início deste ano, mas voltou ao anonimato.

Os números – Relatório da ONU – Organização das Nações Unidas – divulgado nesta semana, aponta que 250 milhões de pessoas em todo o mundo consumiram algum tipo de droga em 2015, o que representa 5% da população mundial. O relatório mostra especial preocupação pela situação de 29,5 milhões de pessoas que sofrem com transtornos graves pelo consumo de drogas, incluída a toxicodependência, e que são os mais vulneráveis.

O estudo também mostra que pelo menos 190 mil morreram neste mesmo ano por causas diretas relacionadas com entorpecentes. Uma das maiores dificuldades ainda é o acesso ao tratamento. Só uma de cada seis pessoas que requer tratamento por estes transtornos recebe assistência, a maioria nos países desenvolvidos, aponta o reporte elaborado pelo UNODC (Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Delito).

Maconha – A maconha é a droga mais consumida, com 183 milhões de usuários em 2015, mas os opioides, entre eles a heroína, seguem sendo as substâncias mais nocivas e as que causam mais mortes. No Brasil, o crack é a droga de grande efeito nocivo mais alastrada. Segundo o Observatório do Crack, ligado à CNM (Confederação Nacional de Municípios), dos 5.570 municípios brasileiros, 1.154 apresentam situação de alerta para problemas relacionados ao crack, seja nos setores de segurança pública, saúde e assistência social.

Paraná – O Paraná tem 93 municípios que apresentam alto nível de problemas relacionados ao consumo da droga.
O superintendente de Atenção à Saúde da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), Juliano Gevaerd, lembra que, atualmente, não há fronteira geográfica para o alcance das drogas. “Antes, o problema era concentrado nos grandes centros, mas há mais de uma década já temos outra realidade. Isso exige maior esforço para que a rede de saúde mental chegue até aos pequenos municípios”, detalha.

De acordo com o superintendente, o combate às drogas, que inclui a prevenção e o tratamento, deve ser feito de forma intersetorial. “É uma questão complexa que exige comprometimento de vários setores como Educação, Assistência Social, Segurança e Saúde. Temos trabalhado assim e conseguido uma resposta adequada”, considera.