Goioerense recebe sementes não solicitadas pelos correios

Há várias semanas, o fato de que pessoas do Brasil estão recebendo pacotes com sementes que não solicitaram, tem sido notícia nos diversos veículos de imprensa e nas redes sociais. Ainda no primeiro semestre de 2020, o fato também foi registrado nos EUA.

 

Na última semana, um cidadão goioerense procedeu a entrega de duas embalagens destas sementes na unidade da Adapar. O morador da cidade informou ter recebido os pacotes via Correios.

Disse que após adquirir por meio de um aplicativo de compras um óculos e um joguinho de dados, recebeu junto com a encomenda trocada, os dois pacotes de sementes.

 

Isso foi ainda no mês de abril, mas como estava em reformas decidiu não semear, até que viu a notícia de que o material representa risco para a sanidade vegetal e então procedeu a entrega no órgão estadual de defesa.

 

ALERTA: A Adapar – Agência de Defesa Agropecuária do Paraná, assim como o Mapa – Ministério da Agricultura e do Abastecimento, vem fazendo uma ampla divulgação para que as pessoas que por ventura recebam estas sementes, imediatamente procurem a agência de defesa do estado ou do ministério. No caso do Paraná deve ser procurada uma unidade da Adapar mais próxima.

 

Os órgãos destacam ainda que o cidadão que entregar o material não será penalizado de forma alguma, mas estará colaborando para agropecuária do Brasil e também evitando o contato com um material que pode ter um risco até para a saúde.

 

O material entregue nos órgãos de defesa seguem para análise de pragas. Até o momento já foi confirmado o recebimento de pacotes de sementes não solicitados em 24 estados e no Distrito Federal.

 

Ainda sobre a importância da população não abrir os pacotes nem manusear as sementes, os órgãos de defesa reforçam que o material não solicitado, não tem controle e não se sabe a origem nem o que está carregando.

 

Apesar de serem em pequenas quantidades, podem trazer pragas para a agricultura, como plantas daninhas, fungos, outras doenças como bactérias, vírus. Além disso, as sementes podem ter sido tratadas com algum produto que pode ser tóxico, por isso não devem ser manuseadas pelas pessoas, plantadas ou descartadas no lixo (para evitar uma possível germinação). 

 

Nesta terça-feira (6), a Secretaria de Defesa Agropecuária, do Mapa, informou que foram encontrados fungos, bactérias e possibilidade de pragas quarentenárias (que não existem no Brasil) em pacotes destas sementes não solicitadas que chegaram ao país e foram encaminhados ao Ministério.

 

Após análises laboratoriais, foi identificada a presença de ácaro vivo em uma amostra de três fungos diferentes em 25 amostras; de bactéria em duas amostras; e possibilidade de pragas quarentenárias em quatro amostras (como plantas daninhas).

 

Toda a análise é feita no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em Goiás, que é referência no país. Até o momento, foram confirmados 258 pacotes de sementes não solicitados em 24 estados e no Distrito Federal. Os únicos estados que ainda não registraram o recebimento do material foram Maranhão e Amazonas.  Os pacotes supostamente foram enviados de quatro países da Ásia. A expectativa é que em 30 dias haja um detalhamento maior desses resultados.

 

Segundo o diretor do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas do Mapa, Carlos Goulart, é que as sementes são os insumos que mais têm carga regulatória no mundo, porque o risco iminente é o mais alto que existe. Segundo ele, o recebimento desse material não solicitado nessa quantidade é inédito no mundo. “Essa importação de material, solicitado ou não sem a certificação, sempre foi proibida no Brasil e no mundo. O que chamou a atenção foram usuários terem recebido os pacotes sem terem sido solicitados”.

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