Zoo do Refúgio Biológico Bela Vista passa a integrar rede da Azab
O zoológico Roberto Ribas Lange, do Refúgio Biológico Bela Vista (RBV), mantido pela Itaipu Binacional em Foz do Iguaçu (PR), é o mais novo integrante da Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (Azab), instituição que reúne 50 associados em todo o País que se destacam por suas ações de conservação de espécies ameaçadas e pelas iniciativas de bem-estar animal.
“Com grande satisfação, recebemos a notícia de que o Zoológico Roberto Ribas Lange, da Itaipu Binacional, tornou-se membro da Azab. É um local comprometido com a preservação do bioma Mata Atlântica e, também, com projetos de sucesso na reprodução e conservação de espécies ameaçadas como a harpia e a onça-pintada”, destaca.
Fundado há quase 41 anos, o RBV é uma das unidades de conservação da Itaipu que estão distribuídas às margens do reservatório, no Brasil e no Paraguai. Ali, são desenvolvidas ações de educação ambiental, reprodução de espécies de fauna e flora nativas, visitação turística, além de diversas pesquisas em parcerias com universidades de todo o País. Essa atuação já havia sido reconhecida pela Unesco, que deu ao RBV o título de Unidade de Gestão Descentralizada (UGD) da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.
A estrutura do RBV também se destaca pelo zoológico Roberto Ribas Lange, aberto à visitação turística e que, além de encantar os visitantes, tem um caráter educativo. Ali, o visitante pode ter uma ideia de quais são as principais espécies da fauna e flora da Mata Atlântica e de sua importância para a estratégia ambiental da Itaipu, que preserva o ecossistema em torno do reservatório como forma de proteger a água usada para a geração de energia, agropecuária, abastecimento, turismo, lazer e manutenção da vida selvagem.
O RBV é referência pelos cuidados com a fauna, algo que faz parte de sua história, uma vez que o início do plantel se deu com o resgate de animais quando da formação do reservatório, na operação Mymba Kuera. Hoje, o refúgio abriga um dos mais bem-sucedidos programas de reprodução de harpias do mundo. Já são mais de 50 nascimentos que vêm contribuindo para a conservação desta que é a maior águia das Américas. Outras espécies que se reproduzem do RBV são: onça-pintada; anta; veado-bororó; gato-maracajá; jacutinga e mutum-de-penacho (este, a propósito, faz parte de um projeto de reintrodução na natureza na Argentina).
“Para alguns ainda existe apenas aquela imagem do zoo que mantém espécies exóticas para o entretenimento dos visitantes. Mas muitos zoológicos no mundo, e entre eles o do RBV, hoje desempenham um papel importante na preservação e na reprodução de espécies, muitas vezes com programas de reinserção na natureza”, afirma a gerente da Divisão de Áreas Protegidas da Itaipu, Veridiana Pereira.
Mas o cuidado com os animais vai além, como se pode perceber pelas atividades de enriquecimento ambiental. Embora elas fiquem mais evidentes em datas comemorativas, como o Dia da Onça ou o Dia do Meio Ambiente, é importante destacar elas se dão ao longo de todo o ano e são parte da rotina nos recintos de todos os animais do plantel do RBV.
Fabiana Stamm, zootecnista do Refúgio, explica que essas atividades têm como objetivo principal a qualidade de vida dos animais e se dividem em cinco tipos: alimentar (os alimentos são escondidos ou fornecidos de maneiras diferentes do usual, incentivando o animal a procura-lo e a sair da rotina); sensorial (atividades que estimulam o olfato, o tato, a audição); físico (modificações físicas no ambiente com novos objetos e estruturas que favorecem comportamentos naturais, como areia, troncos, terra, cordas, vegetação); cognitiva (que desafiam e estimulam a capacidade mental do animal); e social (que proporciona a interação com animais da mesma ou de outras espécies).
“Já realizamos essas atividades há vários anos e, a partir de pesquisas sobre o comportamento dos animais, foi possível concluir que aqueles que recebem atividades de enriquecimento têm comportamento mais ativo, mais próximo do natural e com menos estresse. E o animal menos estressado tem níveis mais equilibrados de hormônios reprodutivos e isso contribui para maior sucesso nos programas de reprodução”, garante Fabiana.
As atividades de enriquecimento variam em frequência e modalidade para diferentes espécies. Assim, animais mais ativos como lontras e macacos recebem de três a cinco enriquecimentos por semana, enquanto serpentes podem receber apenas um por mês (que pode ser uma troca de toca ou uma trilha de maravalha com cheiro de rato). Lontras, a propósito, gostam de estímulos ao faro, como trilha com essência de baunilha, enquanto macacos conseguem resolver desafios complexos para obter alimento.
Atualmente, o plantel do Refúgio inclui 322 animais de 52 espécies. Para visitas turísticas, consulte o site www.turismoitaipu.com.br. Para visitas institucionais e escolares, consulte este link. https://turismoitaipu.com.br/agencias-e-excursoes/visitas-educativas/.